Um homem alto aproxima-se, o porte elegante e a barba já branca fazem com que se destaque dos demais, a classe britânica transpira em cada pormenor: fato azul-escuro com finas riscas azuis claras, o forro do casaco cor-de-rosa velho, botões de punho preto bordeados a ouro, chapéu-de-chuva azul ligeiramente mais escuro que o fato, corte de cabelo clássico mas não repressor, pois, os caracóis tem espaço para brilhar um pouco da sua rebeldia e vontade de acompanhar o vento. Pára. Atende o telemóvel. Olha para o sinal luminoso antes de atravessar a estrada e apercebesse que está vermelho, sempre com os olhos fixos no sinal sussurra para o seu receptor “ esta noite temos que pensar na jogada. Sábado vai se decisivo, temos que ser cuidadosos…” o sinal passa para verde e uma multidão atravessa a estrada.
Os Super Gorrila uniram-se para extrapolar a ideia de arte institucionalizada criada por especialistas para uma fracção muito específica da sociedade.
Através de desvios à retórica quotidiana urbana e de incursões nos diversos mecanismos de representação, os Super Gorrila apropriaram-se do conceito de marketing viral, para estruturar as suas intervenções artísticas, apontando para um espaço social mais alargado e diverso, interrompendo percursos despreocupados com apontamentos cuidados e acutilantes criando o rumor de um novo produto ou serviço, neste caso especifico, Arte.
Uma Arte que procura o encontro, a comunicação e a partilha, que pesquisa variações formais do existente para reinventar, reintroduzir e re-apresentar o mundo ao mundo. Fazer igual mas de outra maneira.
supergorrilas@gmail.com
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